Taioba lança vinil nacional do Lampião Rei, aclamado disco da banda paraibana Papangu

Após a primeira prensagem ter sido perdida em assalto, grupo lança álbum em fevereiro pela Taioba Discos, em vinil translúcido de 180 gramas

A banda paraibana Papangu, destaque no cenário do rock progressivo e metal experimental, celebra mais um marco em sua trajetória com o lançamento nacional do do álbum Lampião Rei em vinil. O disco chega ao público em fevereiro pelo selo paraibano Taioba Discos, em LP translúcido – um deleite para os fãs da banda e colecionadores de vinil.

Inspirado na figura histórica de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, Lampião Rei é o segundo álbum de estúdio da banda e reafirma sua identidade sonora singular. O trabalho toma como fio condutor a história de vida do líder do cangaço, narrada através de uma poderosa fusão de gêneros musicais, transitando entre o death metal, o rock progressivo, o jazz, o maracatu e a música universal de Hermeto Pascoal.

O álbum faz uso de elementos da música regional nordestina, como a zabumba e o triângulo, dois dos instrumentos que compõem os tradicionais trios de forró pé-de-serra, assim como de instrumentos não-tradicionais no rock, como vibrafone e galinhas de borracha. A direção artística do disco é assinada por pelos músicos da Papangu, com capa em xilogravura exclusiva do artista Eduardo Ver.

Vinil translúcido de Lampião Rei é um lançamento exclusivo da Taioba Discos, com capa assinada por Eduardo Ver.

Agora, o disco de vinil chega ao mercado nacional em edição exclusiva do selo paraibano Taioba Discos. O LP translúcido de 180g acompanha capa e encarte especial com arte que reflete o universo conceitual do Lampião Rei. Em pré-venda, o disco pode ser adquirido exclusivamente na loja online da Taioba Discos. O envio está previsto para fevereiro de 2025.

A força da comunidade no circuito da música independente

A trajetória da Papangu é marcada não apenas por sua sonoridade ousada, mas também pela resiliência diante dos desafios. Em outubro de 2024, pouco após o lançamento de Lampião Rei, a banda enfrentou um desafio inesperado: o roubo de seus equipamentos musicais, material de divulgação e todos os exemplares do disco, prensados na Europa, durante a passagem da banda pelo Rio de Janeiro, como parte de uma turnê que teve como destaque um show no festival Knotfest Brasil 2024. O prejuízo foi estimado em dezenas de milhares de reais. 

Apesar do impacto emocional e financeiro, a resposta da comunidade musical foi imediata. Fãs, produtores da cena independente, bandas e a imprensa especializada uniram forças para ajudar a banda em uma campanha de arrecadação e um forte movimento de apoio nas redes sociais. A Papangu conseguiu recuperar grande porcentagem significativa do valor perdido através da doação em dinheiro de fãs e admiradores, mesmo sem encontrar os itens roubados. 

Em meio a esse cenário, o empresário paraibano Sérgio Pacheco, da Taioba Discos, propôs uma parceria com a banda para prensar uma nova tiragem do disco. Essa colaboração não apenas garantiu que o álbum estivesse novamente disponível para o público, mas também possibilitou que a banda se preparasse para a temporada de shows de 2025 com mais tranquilidade.

Lampião Rei é o segundo lançamento da Taioba Discos e reafirma o compromisso do selo em oferecer edições exclusivas e de alta qualidade para colecionadores e fãs de música brasileira.

Lampião Rei entre os melhores do ano e turnê em 2025

Lançado em 2024, Lampião Rei foi incluído na lista dos 50 melhores lançamentos do ano da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), com a banda sendo indicada na categoria “Artista Revelação”, em meio a nomes como Dora Morelenbaum e Exclusive os Cabides.

A banda também se destaca pela repercussão entre influenciadores digitais como Gastão Moreira, Regis Tadeu e Ian Neves. Listado entre os “20 melhores discos brasileiros de 2024” do site Minuto Indie e figurando na 11º posição dos melhores álbuns do ano do Música Instantânea, o segundo trabalho de estúdio da Papangu mostra que conquistou tanto o público quanto a crítica especializada, amplamente elogiado por sua originalidade e pela forma como a banda combina gêneros musicais diversos para contar uma narrativa mítica profundamente enraizada na cultura nordestina.

“Papangu entrega uma experiência sonora e cultural poderosa, destacando-se como uma das bandas mais originais do cenário brasileiro atual”, escreveu o Minuto Indie sobre o álbum gravado pelo engenheiro de som Fernando Sanches, três vezes vencedor do Grammy Latino, e mixado pelo produtor berlinense Richard Behrens. Este é o segundo trabalho de uma série sobre o movimento do Cangaço, iniciada com Holoceno, a estreia da banda em 2021. 

Diante da recepção crítica do álbum, a banda está pronta para dar continuidade aos shows.

No segundo semestre, a Papangu tem planos para uma nova turnê, dessa vez na Europa. Já confirmada para agosto no ArcTanGent Festival, em Bristol (Reino Unido), e no Complexity Fest, em Haarlem (Holanda), a banda também é esperada na Alemanha, Dinamarca, França e Noruega.